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Dificuldades no transporte público interestadual afetam diariamente usuários do Jardim Ingá, Luziânia e região do Entorno

Relatos recorrentes apontam superlotação, escassez de horários e problemas estruturais; situação reflete crise nacional no setor.

12/06/2025 às 13h55 Atualizada em 12/06/2025 às 14h31
Por: Jornal Democrático
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Imagem ilustrativa
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“Os ônibus não cumprem os horários, as linhas são poucas, os veículos saem lotados da garagem e a gente ainda paga caro por um serviço que não funciona. Está cada vez mais difícil depender do transporte público no Jardim Ingá.” O desabafo é da moradora Gabriela, que entrou em contato com o Jornal Democrático para relatar a situação vivida por milhares de usuários do Distrito do Jardim Ingá, em Luziânia-GO.

Assim como o relato de Gabriela, o Jornal Democrático tem recebido diariamente diversas mensagens de moradores por meio das redes sociais e canais de atendimento. As reclamações giram em torno de atrasos constantes, escassez de horários, superlotação e más condições dos veículos utilizados nas linhas operadas pelas empresas que atuam na região.

O tema, que impacta diretamente a mobilidade e a rotina de milhares de famílias, precisa ser debatido de forma pública e responsável pelas autoridades envolvidas. De um lado, os usuários enfrentam dificuldades diárias e cobram melhorias. Do outro, as empresas prestadoras do serviço também lidam com limitações operacionais, principalmente pela impossibilidade de reajustar as tarifas, o que compromete a renovação da frota, a manutenção dos veículos e a contratação de profissionais suficientes.

É importante lembrar que o problema não é exclusivo de Luziânia. A crise no transporte coletivo é nacional. Em diversos estados e municípios, o modelo atual tem se mostrado financeiramente insustentável. Por mais que a população considere o valor da passagem elevado, a tarifa paga pelos usuários, sozinha, não cobre os custos necessários para manter um transporte público de qualidade. Sem subsídios públicos, a operação acaba comprometida.

Foi diante dessa realidade que o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto, implantou o programa Tarifa Zero dentro do município, arcando com os custos para oferecer transporte gratuito nas linhas urbanas. A decisão partiu do entendimento de que, com os recursos oriundos apenas da tarifa, seria inviável manter um serviço digno e acessível.

Já no caso da ligação entre Luziânia e Brasília, uma rota interestadual, a responsabilidade pelo custeio e manutenção do transporte é compartilhada entre os governos do Estado de Goiás e do Distrito Federal. Em fevereiro deste ano, os dois governos assinaram um pacto com o objetivo de subsidiar parte dos custos desse transporte, beneficiando moradores do Entorno que trabalham e estudam na capital federal. No entanto, até o momento, a medida ainda não saiu do papel.

Enquanto isso, a população continua convivendo com as dificuldades e aguarda soluções efetivas para um problema que afeta diretamente o seu direito de ir e vir com dignidade.