Festivais, baladas, blocos de carnaval e até casas noturnas têm sido ocupados por grupos evangélicos em um movimento crescente de inserção em espaços historicamente vistos como "do mundo". Segundo reportagem do g1, do grupo Globo, essa mudança é liderada por jovens e impulsionada pelas redes sociais e pela estética moderna de igrejas como a Lagoinha e a Hillsong.
Na D-Edge, casa de música eletrônica em São Paulo, cultos com atmosfera contemporânea e forte presença digital têm atraído a atenção. Em um dos eventos acompanhados pelo g1, a quantidade de celulares e câmeras registrando o momento para as redes sociais se igualava à de participantes no local.
A tendência reflete transformações na forma como a fé evangélica se manifesta publicamente. Entre os fatores que impulsionam essa nova ocupação de espaços estão a descentralização da autoridade religiosa, a sacralização de ambientes considerados profanos, a lógica de mercado, a Teologia da Prosperidade e a flexibilização de usos e costumes.
Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que os evangélicos passaram de 21,6% para 26,9% da população entre 2010 e 2022. Para a professora Nina Rosas, especialista em Estudos da Religião da UFMG, esse movimento não é novo, mas se intensificou com o avanço das redes sociais e o crescimento do segmento no país.
Além disso, influenciadores evangélicos acumulam milhares de seguidores com conteúdos que vão desde rotinas e lazer até vídeos de “Get Ready With Me”, destacando o ambiente de suas igrejas. Já instituições como a Lagoinha Alphaville ultrapassam 700 mil seguidores no Instagram, e a Hillsong São Paulo soma mais de 170 mil.