Uma adolescente de 14 anos, diagnosticada com osteossarcoma, um tipo raro de câncer que atinge principalmente crianças e adolescentes, relatou estar sendo vítima de bullying dentro de uma escola estadual em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. A jovem, que passou por amputação de uma perna e está em tratamento com quimioterapia, denuncia que vem sofrendo humilhações constantes de colegas desde que retornou à sala de aula.
O caso ganhou repercussão após a própria estudante publicar um vídeo em suas redes sociais, desabafando sobre as agressões verbais e o sofrimento que tem enfrentado. Segundo ela, os ataques começaram há cerca de três meses, envolvendo piadas cruéis sobre sua aparência física e limitações motoras. “Me chamam de cascuda, de careca. Disseram que só fariam algo se a polícia fosse chamada”, relatou.
A mãe da adolescente também se manifestou com indignação, afirmando que a filha é chamada de "manca", "pneu careca" e ouve expressões como “lá vem a desgraça” ao chegar na escola. O comportamento dos agressores, segundo a família, intensificou o impacto emocional causado pela doença e pelo tratamento.
Representantes da escola confirmaram que o caso chegou ao conhecimento da gestão e informaram que uma reunião com o Conselho Tutelar foi realizada. A instituição afirmou que irá tomar as providências necessárias para lidar com a situação e prevenir novos episódios de violência.
O advogado da família, Deuel Gontijo, acompanha o caso e disse que está buscando responsabilização judicial dos envolvidos. “Ela não merece passar por esse tipo de violência em um ambiente que deveria ser de acolhimento. Se for constatada omissão por parte da escola, os gestores também poderão ser responsabilizados”, afirmou.
A denúncia reforça a necessidade de fortalecer políticas de combate ao bullying e garantir ambientes escolares seguros, especialmente para alunos em situação de vulnerabilidade física e emocional. A família pede respeito, empatia e providências.