Luziânia Luziânia

Dois anos após crime no Jardim Ingá, réus pela morte de mestre de obras jogado em cisterna são condenados; família contesta decisão

Parentes de Roberto Caetano criticam parte da sentença, repudiam acusação de envolvimento com drogas e pedem mudanças na legislação.

02/05/2025 às 07h45
Por: Jornal Democrático
Compartilhe:
Roberto Caetano de Souza
Roberto Caetano de Souza

Quase dois anos após a morte do mestre de obras Roberto Caetano de Souza, de 51 anos, a família da vítima acompanhou, na última quarta-feira (30/4), o julgamento dos acusados pelo crime que revoltou a população do distrito Jardim Ingá, em Luziânia (GO). Roberto foi asfixiado e jogado ainda com vida dentro de uma cisterna no Parque Estrela Dalva X, onde permaneceu por cerca de 14 dias antes de morrer por desnutrição. O corpo só foi localizado após uma intensa busca promovida por familiares e amigos.

O júri condenou dois dos acusados: William e Silvânia receberam penas de 19 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Uma adolescente envolvida foi sentenciada a 10 meses de prestação de serviços comunitários. Matheus foi absolvido e Thiago, mesmo sendo réu confesso, irá responder ao processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica — decisão que causou indignação nos parentes da vítima.

Em entrevista ao Jornal Democrático, a irmã de Roberto, Regina Caetano, criticou a demora na tramitação do caso e afirmou que parte da sentença foi injusta. “Foram quase dois anos de espera. As penas não fazem jus à crueldade do que fizeram com o meu irmão. Jogaram ele vivo num buraco para morrer aos poucos.”

Outro ponto questionado pela família foi a tentativa de associar o crime a uma suposta dívida de drogas, o que eles consideram uma manobra injusta. “Durante o julgamento, nenhum dos réus confirmou que ele usava drogas. O próprio William negou. Mesmo assim, essa história apareceu no processo como se fosse justificativa para o que fizeram”, afirmou.

A família pede mudanças na legislação penal. “Um dos envolvidos confessou que participou do crime e está solto. Isso não é Justiça. A lei precisa mudar para que casos como o do meu irmão não se repitam”, finalizou Regina.