O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA pode votar nesta quarta-feira (26) um projeto para proibir a entrada do ministro do STF, Alexandre de Moraes, no país. A informação foi divulgada pela colunista Raquel Landim, do UOL News, com base em fontes próximas a Jair Bolsonaro.
Se aprovado, o projeto "No Censors on our Shores Act" pode suspender o visto de Moraes e sua família. A iniciativa foi protocolada em setembro de 2024 por congressistas republicanos e conta com o apoio de políticos conservadores brasileiros, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
A justificativa para a medida é a alegação de que Moraes teria promovido censura ao restringir ações do X (antigo Twitter) no Brasil. O presidente do Comitê Judiciário dos EUA, deputado Jim Jordan, já havia solicitado à rede social que revelasse decisões sigilosas do ministro sobre o inquérito das milícias digitais, gerando repercussão no Brasil.
A articulação envolve Eduardo Bolsonaro e os jornalistas Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino. Desde a eleição de Donald Trump, Eduardo esteve nos EUA ao menos três vezes, buscando apoio para Bolsonaro em processos no STF.
Essa é a segunda tentativa de barrar Moraes nos EUA. Em janeiro, aliados de Bolsonaro afirmaram que pediriam ao governo americano a revogação do visto do ministro, após ele negar autorização para que o ex-presidente fosse à posse de Trump. No entanto, não há confirmação se o pedido foi formalizado.
A movimentação conservadora ocorre em um momento de críticas à falta de articulação política do governo Lula (PT). Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o governo tem se mostrado desorganizado e sem estratégia para lidar com o caso.