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Forró no recreio: Escola no Ceará substitui celulares por dança e promove interação entre alunos

Instituição de tempo integral aposta na cultura nordestina para fortalecer o convívio social dos estudantes após proibição do uso de celulares.

13/02/2025 às 08h33
Por: Jornal Democrático
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Forró no recreio: Escola no Ceará substitui celulares por dança e promove interação entre alunos

A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Cônego Luiz Braga Rocha, situada em Ibaretama, no interior do Ceará, encontrou uma forma criativa de estimular a interação entre os estudantes: forró nos intervalos. A iniciativa surgiu após a proibição do uso de celulares dentro da escola, garantindo momentos de convívio mais dinâmicos e saudáveis.

Desde que a lei nº 15.100/2025 entrou em vigor, vetando o uso de dispositivos eletrônicos durante as aulas, recreios e atividades extracurriculares, a escola precisou se reinventar para manter os alunos engajados. A dança, além de resgatar elementos culturais da região, tem sido um fator determinante na socialização e no aumento da atenção nas salas de aula.

“A nossa escola funciona em tempo integral, com os alunos passando nove aulas por dia. Se a rotina fosse extremamente engessada, poderia se tornar cansativa para eles e para os professores. Por isso, buscamos atividades que tornem o ambiente mais leve. O recreio agora é um momento em que eles conversam mais, brincam e, claro, dançam. Essa mudança trouxe resultados positivos na concentração em sala de aula”, explica o professor Georgeliano.

Uma nova rotina sem telas

Os intervalos passaram a ser mais movimentados com atividades que vão além da dança. Jogos de cartas, tabuleiro e até karaokê foram implementados como alternativas para substituir o uso de celulares. A direção da escola percebeu que os alunos, antes vidrados nas telas, agora se dedicam a interagir com os colegas.

A diretora Maria do Ceo Alves comemorou a adesão dos estudantes à nova rotina. “Foi emocionante ver a transformação. Antes, os alunos estavam sempre na tela, sem interagir. Hoje, eles se tornaram protagonistas dessa mudança e estão entendendo que a tecnologia, quando usada em excesso, pode comprometer relações interpessoais e até mesmo o desempenho acadêmico”, destaca.

A escola atende cerca de 500 alunos do ensino médio, a maioria vinda da zona rural de Ibaretama. Segundo a gestora, a iniciativa também reforça o compromisso da educação integral com o desenvolvimento pessoal dos estudantes.

Exceções para uso de celulares

Embora a proibição seja ampla, a legislação permite o uso de celulares em algumas situações específicas, como:

  • Fins pedagógicos ou didáticos em atividades supervisionadas pelos professores;

  • Necessidades de acessibilidade para estudantes com deficiência;

  • Situações de saúde e emergências.

A diretora da escola reforça que a iniciativa pode servir de inspiração para outras instituições: “Queremos mostrar que é possível incentivar os alunos a encontrarem novas formas de interagir e aprender. Muitas vezes, o uso excessivo das redes sociais impacta até mesmo a saúde emocional. Nosso objetivo é criar um ambiente mais humanizado e dinâmico, onde os alunos possam fortalecer laços e viver novas experiências”.