Café barato demais? Você pode estar levando para casa um ‘pó sabor café’ e nem percebeu

Com o aumento do preço do café nos últimos meses, muitos consumidores estão em busca de alternativas mais baratas para manter o hábito da bebida no dia a dia. No entanto, essa busca pelo menor preço pode levar a um erro comum: a compra do "pó sabor café", um produto que, apesar de parecer café, não tem a mesma composição e pode ter um sabor bem diferente do tradicional.

A confusão acontece porque muitas embalagens desses produtos são muito parecidas com as de cafés tradicionais, e os preços mais baixos atraem quem deseja economizar. No entanto, a principal diferença está na formulação. Enquanto o café verdadeiro é feito exclusivamente com grãos torrados e moídos, o "pó sabor café" pode conter outros ingredientes, como cevada, milho e até aromatizantes artificiais para tentar reproduzir o sabor do café.

Em alguns casos, esse tipo de produto utiliza apenas a polpa do café, que é a casca que envolve o grão, sem a parte essencial para a preparação da bebida tradicional. Isso pode comprometer a qualidade da bebida e frustrar quem espera um café de verdade.

O preço é um dos primeiros sinais de alerta. Enquanto um pacote de café tradicional de 500 g custa, em média, entre R$ 18 e R$ 25, o “pó sabor café” pode ser encontrado por valores próximos a R$ 13. Essa diferença pode ser tentadora para quem deseja economizar, mas é preciso atenção para não levar um produto que não atende às expectativas.

Para evitar enganos, especialistas recomendam atenção ao rótulo antes de finalizar a compra. O café puro deve estar identificado como "Café Torrado e Moído", enquanto produtos similares costumam trazer expressões como "pó sabor café" ou "mistura para preparo de bebida sabor café". Além disso, a lista de ingredientes pode revelar a presença de outros componentes, como cevada e milho, indicando que o produto não é café puro.

A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) tem alertado os consumidores sobre esses produtos, que, embora sejam legalmente comercializados, podem induzir ao erro por causa da semelhança com o café tradicional. O Ministério da Agricultura também acompanha a situação para avaliar se há necessidade de mudanças na classificação e na forma como esses produtos são apresentados ao público.

Enquanto isso, a recomendação é clara: ler atentamente o rótulo antes de comprar e, sempre que possível, optar por produtos certificados que garantam a qualidade e a pureza do café. Afinal, ninguém quer ser surpreendido ao preparar aquela xícara esperada e descobrir que o sabor está longe do café que realmente conhece.