Um laudo da Polícia Civil de Goiás concluiu que o incêndio que resultou na trágica morte de Luiz Evaldo Lima, de 28 anos, Graciane Rosa de Oliveira, de 35 anos, e o filho recém-nascido do casal, Léo Oliveira de Lima, foi provocado pela aplicação inadequada de um produto usado para impermeabilização de sofás. O acidente ocorreu no dia 27 de agosto, no apartamento da família, em Valparaíso de Goiás.
Segundo o laudo pericial, o fogo começou quando solventes altamente inflamáveis entraram em contato com uma fonte de calor ou chama, causando a explosão. As vítimas tentaram escapar, mas acabaram caindo do 7º andar. O documento de 63 páginas descreve o incidente como acidental, destacando que a causa foi uma ação humana involuntária.
Além das três vítimas fatais, Maria das Graças, mãe de Graciane, também estava no apartamento e sofreu queimaduras em 30% do corpo, permanecendo internada no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília. O funcionário que aplicava o produto no sofá, Renan Lima Vieira, também foi atingido pelas chamas, mas já recebeu alta hospitalar. Ele deve responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal grave, devido à aplicação incorreta do produto.
Dinâmica do acidente
Câmeras de segurança do condomínio registraram a chegada de Renan Lima ao apartamento por volta das 9h35, e cerca de 45 minutos depois, as imagens capturaram as chamas saindo pela porta. De acordo com os investigadores, o fogo teve início na sala, onde o impermeabilizante estava sendo aplicado no sofá, e rapidamente se espalhou para o restante do apartamento.
No momento da explosão, o casal e o bebê estavam em um dos quartos, enquanto Maria das Graças preparava o almoço na cozinha. A rápida propagação do fogo fez com que a família ficasse encurralada, levando-os a pular pela janela na tentativa de escapar das chamas.
Produto comprado online
As investigações apontam que Graciane comprou o solvente pela internet alguns dias antes do acidente, recebendo o produto em casa no dia 22 de agosto. A aplicação foi feita por Renan Lima, que era prestador de serviços e já havia realizado trabalhos semelhantes.
O laudo final destaca que o incêndio foi acidental, mas enfatiza a importância de cuidados rigorosos ao lidar com produtos inflamáveis em ambientes fechados. A tragédia acendeu um alerta sobre a segurança na aplicação de impermeabilizantes e outros produtos de alta combustão dentro de residências, que devem seguir normas de segurança rígidas para evitar novos acidentes.